Óleo Essencial: Lavanda Mito ou Realidade?

Lavanda Mito ou Realidade?

O óleo essencial de lavanda é um dos mais conhecidos e usados para fins curativos desde muito tempo. Apreciado por suas propriedades antissépticas, os romanos, usavam–no nos banhos da época e para limpar ferimentos (lavare). Sua atuação na mente indica um efeito positivo sobre problemas psicológicos, aliviando a irritação e o esgotamento mental, resultando em uma abordagem mais reflexiva e mais calma da vida. Mas é realmente verdade ou apenas um mito? Para isto fizemos uma busca na literatura especializada e descobrimos as seguintes pesquisas:

Estudos farmacológicos em camundongos e ratos mostraram que a adição de doses via intraperitonial de aproximadamente 100-200 mg/kg geraram efeitos anticonvulsivantes contra choque elétrico, efeitos inibidores na atividade motora espontânea e efeitos aditivos quando combinados com diversos narcóticos. Em doses orais múltiplas de 0,4mg/kg OE de lavanda em camundongos seguido por injeção intraperitonial de pentobarbital reduziram significativamente o tempo de inicio do sono e prolongaram a duração do sono em relação ao grupo controle. Uma depressão significativa da atividade motora foi observada em camundongos expostos a uma atmosfera de Lavanda em uma gaiola escura após 30, 60 e 90 minutos. O linalol e acetato de linalila sozinhos mostraram efeitos semelhantes. Em quatro pacientes geriátricos com distúrbios do sono que vinham tomando benzodiazepinas e neurolépticos por algum tempo, as drogas sintéticas foram descontinuadas e os pacientes submetidos a “lavagem” de duas semanas (durante o qual houve uma diminuição significativa no tempo de sono), após isto foram submetidos à aromaterapia com o óleo de lavanda. O tempo de sono aumentou significativamente atingindo um nível comparável àquele alcançado previamente pelas drogas sintéticas. Discussão: Os níveis plasmáticos de linalol subiram proporcionalmente ao tempo de exposição à atmosfera de OE de lavanda. Embora seja razoável supor que as ações da lavanda são mediadas por receptores olfativos, os resultados dos estudos com animais e a alta lipossolubilidade dos constituintes do óleo de lavanda sugerem que a lavanda possa agir diretamente no sistema nervoso central após administração sistêmica.

Traduzindo tanto a investigação farmacológica e as indicações de uso populares para o OE de lavanda, são muito de similares, para os efeitos: anticonvulsivante, sedativo, redutor da insônia e calmante. É sempre bom lembrar que quando usamos um óleo essencial, normalmente seguimos a indicação da literatura e de muitos especialistas que nos últimos anos se multiplicaram tanto que empresas estrangeiras estão aportando no Brasil. Mas além das indicações da literatura existe uma percepção pessoal que não é igual a de outras pessoas. O óleo age de forma geral, mas tem no óleo um presente só para aquela pessoa que está usando. Este presente pode ser algo agradável ou não tão agradável, quando fiz o curso de especialização em óleos essenciais na PUC do Rio Grande do Sul, em uma das disciplinas tínhamos que identificar os óleos usando o olfato para minha surpresa um destes óleos me deixou tonto, tão tonto que tive que segurar na bancada para não cair. E recentemente experimentei um óleo muito conhecido que é produzido na Tailândia, que teve um efeito imediato no meu estomago, transformou em uma jangada em alto mar, consequência, desencadeou um processo vomitivo.

Quando meu corpo rejeita o óleo, tenho que respeitar isso. Mesmo estes efeitos não agradáveis é uma comunicação entre o óleo e meu corpo, entre o óleo e minha mente e minhas emoções. Este é o presente único do óleo, o desencadeamento de sensações, emoções, pensamentos, aspirações e esperança e muito mais. Ajudando a superar e resolver situações difíceis ou permitindo que novas ideias precipitem no cérebro, força para desengavetar projetos e etc. Cada óleos traz um presente especial para cada um de nós. Paracelso, famoso alquimista que tem a famosa frase: “A diferença entre o medicamento e o veneno é a dose” também dizia que a planta tem uma vontade terapêutica e que a natureza não produzia nada perfeito, a perfeição ocorreria quando juntamos a natureza com o trabalho humano e esta junção ele chamou de alquimia.

Será que podemos dizer que alquimia é usar esse presente que óleos nos oferece somado com nossa ação e vontade construindo algo novo? Lembre-se o óleo essencial é uma parte da energia vital da planta que foi condensada. Estamos preservando a esta energia, que voltaria ao ciclo da vida, em um frasco. Então, use com cuidado e sabedoria.